sexta-feira, 6 de agosto de 2010

+ O Começo do Fim

Estou formando. Segunda agora começa o fim. Meu último período, após 6 longos e maravilhosos anos de faculdade. Eu poderia falar disso. Sobre a famosa "crise do diploma", mas sinceramente, nao! Prefiro falar de algo menos complexo. Talvez nao menos complexo. Mas nos assuntos do coração eu sei melhor o que quero.

Ao longo desse tempo de graduação fiquei com pessoas q estavam pra se formar. E todas elas, tinham por opção não se prender a ninguém. Seja pq estavam partindo e, portanto, nao verem futuro no relacionamento; ou por quererem aproveitar os ultimos momentos fazendo oq nao puderam fazer antes... ficando com qm nunca ficaram. Enfim, aproveitando as ultimas oportunidades.

Mas eu... Se eu pudesse definir, escolher exatamente o que fazer, viver... pode soar romântico, mas não é. Se eu pudesse escolher, eu escolheria passar meu ultimo semestre ao lado de uma única pessoa. Não pq eu steja apaixonada, ou pq eu veja futuro, ou pq eu nao sei viver sozinha. Nada disso. Não me considero apaixonada, nem vejo nenhum futuro nessa relação. E após 2 anos solteira, aprendi a ver as coisas boas de ser assim.

Eu escolheria passar cada segundo ao lado dessa pessoa, pq de certa forma estaria deixando um pedaço de mim. Eu qria q nesse período eu pudesse mostrar a ele tudo oq levei 6 anos pra conhecer, descobrir, aprender. Gostaria de me revelar, como nunca poderia me revelar a um amigo. Certas coisas só um companheiro de verdade consegue enxergar ou fazer permitir conhecer.

Eu o amaria de todas as maneiras possíveis. Como amigo, como amante, como tutora. Eu o amaria como quem cuida de uma semente, esperando q uma flor nasça pra dar cor nova ao mundo. Eu esgotaria todo carinho, compaixão, cuidado, respeito, compreenção. Me doaria pra me sentir VIVA! Pra q um pedaço de mim permaneça, perpetue naquelas lindas terras q amei desde a primeira vez q visitei.

Se ele conseguisse ser tão generoso ao ponto de me permitir viver isso. Estar do meu lado. Se ele me permitisse realizar meu ultimo desejo, eu poderia, enfim, me despedir de lá. Como quem sai, sabendo q viveu tudo oq podia, da melhor maneira.

Acho difícil q isso aconteça. Na idade dele, em plena descoberta da faculdade, não se deseja "prender-se" a alguém. Não q fosse existir um compromisso de fidelidade, mas a situação acaba levando a um "pacto" indiretamente. Nessa época, 1 período é muito tempo. Pra mim, 1 período é um sopro.

Não se pode obrigar alguém a viver assim. Mesmo com prazo de validade. Mas eu nao paro de sonhar com cada instante q eu poderia viver ao lado dele. Não paro de imaginar o quanto isso me realizaria! O quanto me faria feliz! Em qntas coisas poderíamos fazer juntos! Momentos só nossos. Momentos mágicos! Eternos.

Mas como se propoe isso a alguem?? Como se propoe isso a alguem q se acha cheio de traumas por perdas?? Como eu poderia dizer: "estou indo embora... vamos viver esses 3 meses q me restam intensamente (pra depois deixá-lo)"??? Como eu poderia dizer uma coisa dessas???

Me resta a conquista. Conquista contínua. Cada segundo, minuto, cada sim q ele me der, cada toque... tudo. Terei q conquistar dia apos dia o desejo dele me querer ao seu lado. No fundo todo relacionamento é assim, mas como terminamos antes das férias, tudo pode ter mudado. Outro dia o encontrei e ele me evitou. Ele nao resistiu. Não negou meu carinho, minha cia e nem minha proximidade, mas qndo o beijei... ele se afastou. Não sei se pq exatamente. Não sei se ele estava pensando nele ou em mim. Pois sei q ele se preocupa em me machucar. E embora ele tb nunca tenha descartado a possibilidade de cometer erros.

Agora o tempo, meu amigo tempo, me acompanha. Daki poucos dias tudo volta ao normal até certo ponto. As aulas começam, a convivencia tb. Mas até onde tudo voltará a ser como era?? Será q dormirei ao lado dele todos os dias como antes? Será q ainda sou uma cia desejável? As atitudes dele não me dão mta esperança, embora eu saiba q atração ainda existe.

Se nao for com ele, nao sei com qm mais seria. Vivi tudo oq tinha pra viver. Fiquei com as pessoas q me atraíam. E já não sinto desejo. Não vejo novidades nem expectativas. Me resta viver. Me resta esperar. Me resta sonhar e pagar pra ver. E se o meu desejo de "sim", virar um "não". Sigo em frente. Como deve ser...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

+ Uma Visão Sobre a Depressão

Lutar contra si mesmo é uma das batalhas mais duras que pode existir. Não há armas, não há companheiros, não há fuga, não há descanso. Lutar contra seus próprios pensamentos é difícil. É como duas pessoas coexistindo num mesmo corpo. Você não consegue controlar aquela invasão de pensamentos e aquela turbulência de sentimentos. E você começa a se dizer que vai dar tudo certo, que há esperanças. Mas sua cabeça e seu coração as vezes simplesmente não conseguem compreender, acreditar. Por mais que o seu “eu” acredite.


Essa batalha é difícil. Por que é batalha de todo dia, toda noite. Você está bem, se divertindo e de repente, num estalo, seu coração se entristece, sua cabeça começa a criar milhões de raciocínios alucinantes. Você quer parar e não consegue. E então tudo te irrita, porque você está cansado e não tolera mais nenhuma palavra, nenhuma cobrança, não tem mais paciência. Todas suas energias são consumidas pela sua própria mente. Você não quer explicar nada a ninguém, não quer ter mais obrigações por que seu coração já se cobra demais. E quase ninguém compreende o que você está passando. E não há mesmo como compreender, porque tudo isso vem sem aviso, sem motivo. De repente você se sente assim e ninguém pode prever. Então isso acaba magoando, ferindo, afastando as pessoas.


Ser amigo se torna difícil, ser responsável se torna difícil, amar se torna difícil. Você cobra demais dos outros por que algo falta em você mesmo e, ao mesmo tempo, é rude e impaciente com as pessoas.


Depressão me tira o sono. Outro dia rezei para que não houvesse aula. Pra eu poder dormir. De tanto que rezei, Deus teve pena de mim. A aula foi cancelada e eu fui pra casa dormir. Mas foi sono leve, preocupado com a hora, com os compromissos. Quando o dia acabou, não conseguia dormir. Tomei um banho relaxante com sais de banho, óleo corporal. Coloquei essências para relaxar o ambiente, músicas tranqüilas. E foi então que finalmente eu não pensei em nada, não senti nada. Nem sono, é verdade, mas eu dei um tempo para mim mesma. Finalmente. Sem sono, saí pra ver amigos que estavam visitando a cidade. E viramos a noite juntos. Relaxar foi fundamental. Me distraí, ri, me diverti. E foi então, que ao chegar em casa, as 9h da manhã é que consegui dormir profundamente. Só acordei as 17hrs. Me permiti essa preguiça, toda preguiça que existisse em mim. Eu precisava. Mais que nunca eu precisava dormir.


Mas é difícil. Tem horas que é banal. Você olha e não entende por que estava tão chateado com aquela tolice. Mas na hora, quando você sente, o choro vem incontrolável. Imperdoável. São tantos porquês e tantas soluções malucas que você inventa. Você sai do chão. Sua cabeça viaja. Seu coração não tem mais controle. Te domina totalmente.


Eu tento ser paciente comigo mesma nessas horas. Empresto meu ombro, meus ouvidos, minhas palavras de esperança. Sou meu melhor amigo. Deixo tudo vir a tona. E não me permito perder as esperanças. As vezes é mais demorado que outras, mas passa. Quando cansa, passa.


Esportes fazem bem, mas nem sempre satisfaz. Festas, amigos, amores também ajudam, mas não são capazes de impedir que aconteça. Eu posso estar no meio de uma festa, com todos os meus amigos se divertindo. Se ela chegar, não há alegria que espante. Se for fraquinha, eu logo tento dispersar meus pensamentos. Mas quando ela quer vir de verdade, aí não tem como. Minha cara fecha, minha mente viaja e aquilo tudo que parece agradável, parece tão absurdo, tão sem valor, sem sentido. Que raiva que dá! Que loucura esse mundo! Que grande besteira tudo isso!!! Parece tudo errado, vazio. E aí você prefere ir pra casa, onde pode se afastar desse mundo insano que te cerca.


Ou então, quando tudo começa em casa, sair se torna um desafio. Aquele compromisso sempre pode esperar mais um pouco. Outro dia perdi o aniversário de uma amiga enquanto batalhava comigo mesma. E você passa horas em casa, sozinho, sem fazer absolutamente nada. Mas ao mesmo tempo fica cansado, esgotado. Essa guerra é a mais difícil de todas: lutar contra si mesmo. Pensamento contra pensamento. Sentimento contra sentimento. É você tentando se convencer de que está errado. De que as coisas precisam de calma, de esperança, de paciência. De que você precisa ter foco nas coisas, precisa se esforçar mais.


Essa é uma batalha psicológica. Talvez o maior dos paradoxos. Somos doutor e paciente, doença e cura e nós mesmos.